Quando a Isabella completou um ano de vida começaram as perguntas incessantes de quando teríamos o segundo bebê. A resposta esperada era a de que eu engravidaria novamente em breve, para que a diferença de idade não fosse grande e as crianças pudessem brincar juntas e felizes como em uma propaganda de margarina. A resposta verdadeira é que não sabia QUANDO e muito menos SE eu queria um segundo filho. E se minha filha fosse filha única? Algum problema?
Que egoísta!! Como poderia privar minha filha do convívio diário com irmãozinhos? Que mãe terrível, condenando essa pobre criança a viver triste e solitária por toda a sua existência! Hehehe… exagero? Infelizmente não. A triste verdade é existem muitos que pensam dessa forma. E o mais assustador ainda é que alguns expressam essa opinião, mesmo sem serem perguntados.
Dizem que filhos únicos são mimados e solitários. Não é assim que me vejo quando olho no espelho. Eu os considero sociáveis, sensíveis, criativos e na maioria das vezes independentes. Demoram mais para aprender a dividir, mas aprendem de qualquer maneira. Como por natureza não têm a oportunidade de interagir com outras crianças dentro de casa o tempo todo, se tornam rapidamente proativos no contato com os outros. Não raramente desenvolvem excelentes habilidades sociais e de comunicação. Podem ser meio auto-centrados sim, mas nada que umas pauladas da vida não corrija. 😉 Criatividade ? Ahhh, isso não falta, já que criam um rico mundo de fantasias nos momentos em que estão sozinhos.
Minha lista poderia ir muito além, mas essa não é a intenção. Não quero pregar nada. Não sou a favor de filho único, mas também não sou contra. Precisei de horas no divã, terapia em grupo, muita leitura, conversas e reflexão para entender que NÃO precisava ter dois ou três filhos e sim PODERIA escolher o que melhor combinava comigo e com a minha família. Hoje tenho uma nova vida se formando na minha barriga. Será o quarto membro da nossa família, muito desejado e amado. Mas principalmente: fruto da liberdade de escolha e vontade genuína de ser mãe novamente.
Dez filhos, filho único ou nenhuma criança. O que é melhor? Só é preciso dois neurônios para saber que não existe receita. Mas o mais engraçado de tudo é que atualmente, quando falo que resolvemos aumentar nossa família, encontro algumas pessoas (em especial “mamis-perfeitas”) que me olham como quem diz: “tá vendo, ela mudou de idéia pois entendeu o que é melhor” ou “sabia que ela acabaria se convencendo”. Depois abrem um sorriso grande e me aceitam como parte da turma das “normais”. Hahahaha.
Não caia nessa! Se você não joga no time das “pró-babies” ou não pretende fazer produção em massa de bebês suíços-brasileiros, resista! Tape seus ouvidos e ouça apenas seu coração. Deixe que as demais mamis se ocupem de suas próprias vidas e junte-se a mim na “batalha” pelo direito de livre escolha da maternidade. 😉
Beijo grande
Grazi