
Muitas vezes fico totalmente perdida sobre a melhor maneira de educar meus filhos. Não nasci mãe. Me tornei mãe quando minha filha nasceu e aprendo e desaprendo coisas novas todos os dias. Percebo também que o que funcionava com a Isabella não funciona com o Fabrício, então as vezes é como começar do zero novamente. Mais uma página em branco.
Sou infinitamente mais calma do que era a alguns anos atrás, mas tem momentos em que penso que vou perder o controle. E me sinto muito mal. Fico sem saber o que fazer, completamente impotente frente à uma menina de cinco anos e um menino de dois. E é esse mesmo o “x” da questão. Eles são crianças. A adulta sou eu. No meio da discussão nos esquecemos que as crianças pequenas estão aprendendo a se comunicar e lidar com sentimentos fortes e desconfortáveis, assim como frustrações. E cabe a nós, pais, mostrar o melhor caminho para eles. Como ensiná-los a não usar violência em suas vidas se agirmos com violência?
Sou contra o uso da força física ou da violência verbal na educação dos filhos. Por que estou escrevendo sobre isso? É que além da minha filha estar de novo em uma fase horrível (leia aqui um post que escrevi sobre o assunto), presenciei uma cena triste de uma mulher chacoalhando o filho pequeno na frente de todo mundo. A criança estava tão assustada que chorei. Chorei de pena do menino, de tristeza por ver a mãe tão descontrolada e de raiva. Raiva por não poder interceder. Nenhuma criança deveria sentir a tristeza e vergonha que aquele menininho sentiu.
Acho que bater em um filho é abusar do “poder” e da posição que temos na hierarquia familiar. É abusar da nossa força física. É abusar da impotência daquele ser tão pequeno que não têm como se defender. Como fica a cabeça da criança quando ela é agredida por quem deveria protegê-la? Na minha opinião, o que mostramos quando damos uma palmada é a nossa incapacidade de auto-controle. Nossa incapacidade de dar a direção que os filhos precisam. É um falso poder. Não gera respeito, e sim cultiva o medo e a mágoa.
A criança pode até parar de fazer o escândalo e “obedecer”, mas a qual preço?
Eu acredito em conversa. Acredito em disciplina. Acredito em me abaixar na altura dos meus filhos e insistir para eles olharem nos meus olhos. Acredito em falar firme, em tirar privilégios, em colocá-los de “castigo” para pensarem e refletirem sobre o que fizeram. Dá certo sempre? Claro que não. Mas bater muito menos.
Gosto muito dos vídeos da psicóloga infantil Daniella Freixo de Faria e ela tem um ótimo sobre esse assunto, que gostaria de compartilhar aqui neste post:
Nossos filhos não fazem o que falamos, e sim o que fazemos. São o nosso espelho, como disse meu marido em um texto que escreveu sobre o que é ser pai. E acreditando nisso estamos tentando de diversas formas educar sem violência. Educar sem gritos. Educar sem agressividade. Mas é muito, muito difícil. Muitas vezes dá vontade de largar tudo e pegar o atalho, o caminho mais fácil. Mas daí olho para a carinha inocente das minhas crianças e respiro fundo. Tem que haver uma forma que eu considere mais adequada para ensiná-los sobre a vida. E é isso que venho tentando aprender todos os dias.
E você, o que quer ensinar?
Beijos
Grazi
Ensinar que o respeito ainda é o melhor caminho. Você disse tudo que eu penso nesse parágrafo:
“Acho que bater em um filho é abusar do “poder” e da posição que temos na hierarquia familiar. É abusar da nossa força física. É abusar da impotência daquele ser tão pequeno que não têm como se defender. Como fica a cabeça da criança quando ela é agredida por quem deveria protegê-la? Na minha opinião, o que mostramos quando damos uma palmada é a nossa incapacidade de auto-controle. Nossa incapacidade de dar a direção que os filhos precisam. É um falso poder. Não gera respeito, e sim cultiva o medo e a mágoa.
A criança pode até parar de fazer o escândalo e “obedecer”, mas a qual preço?”
Ela não vai parar de fazer por respeito, mas por medo, é isso que eu quero? Não, nunca, nunca mesmo!