
Escrevi esse faz alguns anos, mas quase dois anos após uma segunda gravidez não poderia estar mais atual. Depois de umas pequenas alteraçõeszinhas aqui vai…
Você percebe que está ficando velha quando ao invés de amostra grátis de perfume ou maquiagem passa a ganhar sachês de creme anti-rugas ou contra manchas.
Venho tentando me enganar e fingir que minha pele continua a mesma, mas de três anos para cá o tubo de base entrou com tudo na minha necessaire. Antes usada em dias de festas ou jantarzinhos mais especiais, a base foi promovida para companheira diária, com a dura tarefa de fazer todas minhas manchinhas da idade e da gravidez desaparecerem. O pior é admitir que ao invés de Clinique passei a comprar Estée Lauder. Hahahaha, marca para mulheres “maduras” kkkkkk
Quando eu estava entrando nos vinte tinha outra ideia do que seriam os trinta. Agora, com trinta e cinco desisti de arrancar com pinça os fios brancos da cabeça e adotei a henna. Os malditos cabelos brancos não param de crescer. São muito traiçoeiros! Eles não dão pistas de que vão surgir, mas de repente já têm mais de cinco centímetros de comprimento, são fortes e grossos e apontam para o alto de forma impetuosa.
Aliás, diga-se de passagem, essa é uma das únicas coisas que ainda apontam para o alto. Depois de dois filhos não passo mais no teste da caneta e fujo das calças brancas. Soutien com bojo até que engana trouxa, mas acho que infelizmente ainda não descobriram nenhum exercício que possa deixar meus glúteos orgulhosos novamente.
Acho que eu estou sofrendo de envelhecimento precoce. Apesar de ainda ser nova meu cansaço e falta de energia viraram problemas crônicos. Tento me convencer de que essa falta de vitalidade não é sinal do avanço da idade, mas sim um sintoma tardio da “Frühjahrsmüdigkeit” . Quem já ouviu falar no Brasil do cansaço da primavera??? Sério, existe!! Pelo menos por aqui… Mas se agora não tenho energia, imagine no inverno. Que Deus me ajude! Já tentei ginsana, pastilhas de guaraná, reza e até passe. Nada adiantou.
O que não sabia antes de ter filhos, é que tudo muda após a gravidez. O nascimento dos filhos promove uma transformação completa nas nossas vidas, nos nossos corpos e nos nossos guarda-roupas. Isso mesmo!! Após o nascimento da Isabella assassinei minha ilusão. Joguei fora toda minha lingerie. Se você é brasileira e mora no exterior vai entender a minha dor. Calcinhas brasileiras fazem parte da nossa identidade e são como uma segunda pele. Aqui só encontramos calçolas ou fio dental (que sinceramente só veste bem 2% da população feminina mundial). As calcinhas brasileiras são perfeitas: nem grande nem pequena demais. Mas as minhas cabiam em um corpinho 10 quilos mais leve, então me desligar delas foi um doloroso processo de aceitação das minhas “novas” formas. Até chorei.
Mas depois de enxugar as lágrimas corri para o shopping e comprei várias calçolas novas.
Agora, um ano e meio depois do nascimento do Fabrício, abracei de vez essas calçolas medonhas. Quando pego uma delas fico até assustada com o tamanho. Me pergunto quem precisa de uma calcinha tão grande assim. Daí me olho no espelho. Ai ai ai. Bem, no mês passado, junto com mais uma leva de calçolas comprei um programa de shakes para emagrecer. Vamos ver se me animo a finalmente enxugar uns bons quilinhos. Quem sabe da próxima vez que for comprar lingerie pelo menos não volto pra casa com a sacola cheia de “calçolinhas” tamanho P.
Beijos com carinho
Grazi